Vinho fino tinto é a bebida alcoólica resultante da fermentação do mosto extraído de uvas tintas, no qual é imperativo que haja maceração da película das uvas no mosto com a finalidade de se atribuir aromas, cor e sabor à bebida.
A maioria das uvas tintas possui a polpa branca, tal qual as uvas brancas. Quando prensadas, suas polpas dão origem a um suco turvo, considerado “branco”. O que atribui cor ao vinho é, justamente, a película ou casca da uva tinta. Para tornar o vinho tinto é preciso que as cascas descansem no mosto. A este processo, damos o nome de maceração.
A intensidade de aromas, cor e sabor do vinho tinto, ou seja, as suas propriedades organolépticas, dependem de dois fatores, primeiro do tipo de uva empregada na sua elaboração e, segundo, o tempo de maceração das cascas no mosto.
Principais cepas viníferas empregadas na elaboração dos vinhos tinto e, suas regiões de maior e melhor cultivo:
CEPA |
PRONÚNCIA |
REGIÕES DE ORIGEM |
Barbera | Barbéra | Itália (Piemonte), Califórnia |
Bonarda | Bonarda | Itália (Piemonte, Emília-Romagna |
Cabernet Franc | Cabernê frã | França (Bordeaux: St. Émilion, Loire), |
Cabernet Sauvignon | Cabernê sôvinhon | França (Bordeaux: Médoc, Graves), Califórnia, Chile, Austrália, África do Sul |
Canaiolo | Canaiôlo | Itália (Toscana) |
Carignane (Cariñena, Mazuela) | Carinhane (Carinhena, Mazuêla) | França (Côtes du Rhône, Provence, Languedoc), Espanha, Itália, Califórnia. |
Carmenére | Carmené | França (Bordeaux), Chile |
Gamay | Gamé | França (Beaujolais) |
Grenache (Garnacha) | Grenáche | França (Côtes du Rhône, Provence, Languedoc), Espanha (Rioja, Priorato), Portugal, Califórnia |
Grignolino | Grinholino | Itália (Piemonte) |
Lambrusco | Lambrusco | Itália (Emilia-Romagna) |
Malbec (Côt) | Malbéque | França (Cahors), Argentina |
Merlot | Mêrlô | França (Bordeaux: Pomerol, St-Émilion), Itália (Norte) |
Nebbiolo | Nébbiôlo | Itália (Piemonte, Lombardia) |
Petit Verdot | Petí verdô | França (Bordeaux) |
Petite Syrah | Petí sirrá | França, Califórnia |
Pinot Noir | Pino nôar | França (Borgonha, Champagne), Alemanha, Califórnia, Chile. |
Pinotage | Pinotáge | África do Sul |
Sangiovese (Sangioveto) | Sandiovése (sandioveto) | Itália (Toscana, Emilia-Romagna) |
Syrah (Shiraz) | Sirrá (Chiras) | França (Rhône, Provence, Languedoc), África do Sul, Austrália |
Tannat | Taná | França (Madiran), Uruguai |
Tempranillo | Tempranilho | Espanha (Rioja), Portugal |
Zinfandel | Zinfândel | Califórnia |
OS ESTILOS DE VINHOS TINTOS
De acordo com a intensidade de aromas, cor, sabor, acidez e textura, os vinhos tintos podem manifestar-se em 5 estilos distintos. Por vezes, uma mesma casta pode produzir dois ou mais estilos diferentes ao mesmo tempo, pois de acordo com a variação do terroir, as propriedades organolépticas dos vinhos também variam.
I. TINTO LEVE E FRUTADO
Fresco e frutado, estrutura tânica leve e compensada por agradável acidez; aromas expressivos de frutas vermelhas e ou de flores; final simples.
SERVIÇO: Deve ser bebido jovem durante os dois primeiros anos de garrafa. Servir entre 12 e 14 ° C.
II. TINTO CARNOSO E FRUTADO
Boca carnosa, baseada em importante sabor frutado, na redondez do álcool e na presença de taninos pouco complexos; aromas de frutas vermelhas e de especiarias; final medianamente persistente.
SERVIÇO: Deve ser bebido após 2 ou 3 anos de envelhecimento em garrafa. Servir entre 15 e 17° C.
III. TINTO COMPLEXO, POTENTE E GENEROSO
Boca carnosa, potente e suave, rico em álcool e taninos que leva algum tempo para se desfazer; buquê rico e complexo de frutas, especiarias e notas amadeiradas; final persistente e complexo.
SERVIÇO: Bebido após 3 anos de envelhecimento mínimo em garrafa. Servido entre 15 e 17° C.
IV. TINTO COMPLEXO, TÂNICO E ELEGANTE
Boca de textura densa e compacta, com estrutura tânica elegante que necessita alguns anos para de arredondar; aromas complexos frutados, condimentados e amadeirados; final longo e raçudo.
SERVIÇO: Bebido após 3 anos de envelhecimento mínimo em garrafa. Servido entre 16 e 17° C.
V. TINTO COMPLEXO, ELEGANTE E RAÇUDO
Boca sedosa, elegante, construída sobre taninos finos e ainda firmes em sua juventude, aromas de frutas vermelhas; final persistente e raçudo.
SERVIÇO: Bebido após 3 anos de envelhecimento mínimo em garrafa. Servido entre 16 e 17° C.
VINHOS TINTOS QUE DEVEMOS CONHECER
CHIANTI – Denominação dada ao vinho fino, tinto, italiano DOCG, elaborado com a cepa Sangiovese em maior proporção, produzido na região da Toscana. Existe simplesmente o Chianti e, também o Chianti Clássico.
BRUNELLO DI MONTALCINO – Denominação dada ao vinho fino, tinto, encorpado, italiano DOCG, elaborado com 100% da cepa Sangiovese, produzido na região da Toscana, na província de Montalcino, o qual deve envelhecer no mínimo 5 anos, dentre os quais 2 anos deve ser em barris de carvalho no mínimo, antes de ser comercializado.
BAROLO – Denominação dada ao vinho fino, tinto, encorpado, italiano DOCG, elaborado com a cepa Nebbiolo, produzido na região do Piemonte, o qual deve envelhecer no mínimo 3 anos, dentre os quais 2 anos deve ser em barris de carvalho no mínimo, antes de ser comercializado.
BARBARESCO – Denominação dada ao vinho fino, tinto, encorpado, italiano DOCG, elaborado com a cepa Nebbiolo, produzido na região do Piemonte, o qual deve envelhecer no mínimo 2 anos, dentre os quais 1 ano deve ser em barris de carvalho, antes de ser comercializado.
BEAUJOLAIS NOUVEAU – Denominação dada ao vinho fino, tinto, jovem, frutado, pouco encorpado, francês AOC – Appellation Beaujolais Contrôlée, elaborado com a cepa Gamay, produzido na região de Beaujolais ao sul da Borgonha, que deve ser consumido no máximo até um ano depois de ser engarrafado.
BEAUJOLAIS-VILLAGES – Denominação dada ao vinho fino, tinto, jovem, frutado, pouco encorpado, francês AOC – Appellation Beaujolais-Villages Contrôlée, elaborado com a cepa Gamay, produzido na região de Beaujolais ao sul da Borgonha, que deve ser consumido no máximo até 2 anos depois de ser engarrafado. Alguns produtores usam barris de carvalho para deixar o vinho mais macio e estruturado.
CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE – É uma AOC francesa, Appellation Châteauneuf-du-Pape Contrôlée, localizada ao norte de Avignon, no coração do Rhône do Sul, onde é permitido o cultivo de 13 cepas viníferas, empregadas na elaboração dos seus vinhos. A região é conhecida pela clássica produção de vinhos de corte, tendo a cepa Grenache como espinha dorsal dos seus vinhos tintos. Existem vinhos Châteauneuf-du-Pape Contrôlée brancos, mas são raros. Os vinhos tintos são reconhecidos por seu alto teor alcoólico e característico toque picante, que variam de produtor para produtor.