Tunguska: O maior impacto de meteoro já registrado na história da humanidade

O QUE ACONTECEU

Em 30 de junho de 1908, uma catástrofe de proporções imensas ocorreu na região da Sibéria, na Rússia, com a explosão de um meteoro de 65 metros de diâmetro, que devastou uma área superior a 2.000 km². O evento, conhecido como o caso de Tunguska, foi causado pela detonação do meteoro entre cinco e dez quilômetros acima do solo, sendo descrito como uma explosão equivalente a 10 a 15 megatons de TNT, cerca de mil vezes mais potente que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima.

A intensidade da explosão provocou danos significativos, quebrando janelas a quilômetros de distância e jogando pessoas ao chão. Olhares aterrados testemunharam um clarão semelhante ao do sol, que foi seguido por um "pilar de fogo" e um céu avermelhado. Os escapes de calor naquela noite tornaram o céu mais claro, permitindo a tomada de fotos noturnas icônicas.

As árvores nas proximidades da explosão foram derrubadas formando um padrão concêntrico, semelhante ao que aconteceu em Hiroshima em 1945 após a explosão nuclear. Apesar da devastação, a população de povoados isolados minimamente afetados pela catástrofe sobreviveu, porém, a fauna local sofreu imensamente.

EXPEDIÇÕES E INVESTIGAÇÕES

Somente 19 anos após o ocorrido, uma expedição liderada pelo geólogo Leonid Kulik conseguiu acessar a área do impacto. Kulik buscava fragmentos do meteoro, mas a expedição não encontrou cratera nem pedaços do corpo celeste, o que fez muitos questionarem a veracidade da explosão com base em relatos de testemunhas.

Os nativos da região acreditavam que a explosão era uma forma de punição divina e tornaram o local sagrado, dificultando novas expedições. Cientistas britânicos suscitaram a hipótese de que o corpo celeste poderia ser um cometa, sustentada pela luminosidade das explosões, embora estudos posteriores tenham reforçado a possibilidade de que um asteroide tenha sido o causador do evento.

CONSEQUÊNCIAS E LIÇÕES

Embora ninguém tenha morrido no evento, a catástrofe evidência a necessidade de monitoramento de asteroides próximos à Terra, visto que um impacto semelhante em uma área mais populosa teria gerado um número considerável de fatalidades. Em 2013, um evento similar na cidade russa de Cheliabinsk, onde um meteoro causou ferimentos em mais de 1.200 pessoas, ressaltou os perigos que esses corpos celestes representam.

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